Mária José Martins da Costa

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22 março de 1941
83 anos


Nascida em Aldeia do Bispo – Guarda, a 2ª de dez irmãos, de tenra idade teve a seu cargo responsabilidades familiares: cozinhar, lavar, preparar roupa, passar a ferro, tomar conta dos irmãos, enquanto os pais tinham muitos outros afazeres.  Portanto, desde nova que conheceu o que é ser responsável, devido a tarefas várias que tinha de desempenhar.


Feita a escolaridade obrigatória, tirou a formação de professora regente, que a levou a lecionar em várias localidades do distrito da Guarda, deslocando-se frequentemente a pé, calcorreando quilómetros, para trabalhar e para obter melhor preparação. De entre essas terras onde trabalhou, também se englobam a sua própria terra e Vila Boa do Mondego, onde conheceu o que viria a ser seu parceiro até aos dias de hoje e que se prevê que será por muitos. Sobressaem na sua maneira de ser muita garra, habilidade, coragem, capacidade de adaptação e disponibilidade.


Após o casamento, na companhia do marido lança-se na aventura da emigração, primeiro para França, depois para a América. O empenho e o zelo, associados à vontade de usufruir de melhores dias futuros, denotaram em Maria José uma trabalhadora extraordinária que sempre foi muito destacada no meio em que exerceu as suas funções. Como se diz nunca “deixou os créditos por mãos alheias”.


Sentiu, desde a infância, inclinação para a costura e para a arte de bordar por influência familiar. Então, facilmente começou a fazer peças de vestuário, que foi aperfeiçoando ao longo dos anos, vindo, mais tarde, a confecionar roupa para si, para as filhas, marido e outros familiares, sendo mesmo, criadas por si, em momentos festivos, peças de cerimónia. Recentemente recriou a sua aldeia em crochet, com as suas tradições, festa da Santa Cruz, trabalhos (lavadeiras, moleiras, atividades agrícolas…) que esteve exposta no museu de Aldeia do Bispo e no Centro Comercial La Vie e agora mantém-se, para delícia de quem a visita, na sua casa em Aldeia do Bispo, que com apurado gosto restaurou(casa da ti Pacheca). Isto, sem contar com a quantidade exorbitante de panos, toalhas, almofadas, colchas, imagens, entre outras peças.


Além do exposto, podemos encontrar em Maria José um grande amor à família (mãe, avó, sogra, esposa, irmã… sempre pronta a franquear a mesa - um ser de qualidades humanas inexcedíveis.

Escrito por Augusto Rodrigues, dezembro de 2024.

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