Exposição «Julgamento e Morte do Galo: uma retrospetiva»

Museu da Castanha - Aldeia do Bispo

Inauguração, dia 21 - terça-feira de Carnaval - pelas 16h00
De 21 de Fevereiro a 30 de março de 2023
"Julgamento e Morte do Galo: uma retrospetiva"
Fotografias da Autoria de Arménio Bernardo

No concelho da Guarda, comemora-se o Entrudo, período de três dias que antecede a Quaresma, desde tempos bem recuados. Decorrendo no limiar da primavera, a prática carnavalesca do Entrudo vai buscar às tradições pagãs rituais de purificação e expulsão das forças negativas do inverno para que a natureza renasça com vigor. É também certo os homens terem necessidade de expiar pecados velhos para se abalançarem no novo ano em curso. Não podem ficar esquecidas as situações consideradas desajustadas do ano anterior, pelo que há que as denunciar para que não se repitam e sejam absolvidas pela Mãe Natureza.

O «Julgamento e Morte do Galo» inscreve-se naquelas manifestações populares de expiação, excesso, crítica e zombaria, de que são exemplos os Caretos do Nordeste Transmontano, o Pai Velho do Lindoso, a Serração da Velha em Freixianda (Ourém) ou o Enterro do Entrudorem Famalicão da Serra. Há, nestas tradições, um ponto em comum: a crítica social, mordaz e muitas vezes corrosiva, mas sempre purificadora. O fogo e a queima da figura central da festividade representam a efetiva renovação. No caso da Guarda, a morte do Galo representa a expiação dos pecados da comunidade e, ao arder, renova-se a esperança numa vida melhor. Tal ritual marca o final do período de folia, aproximando-se assim a Quaresma, época de penitência e oração.

Na Guarda, a tradição foi recuperada em 2001, com uma série de diversões de Carnaval. Da antiga tradição nasceu uma nova: apesar do frio habitual da época, os Guardenses saem à rua para participarem num espetáculo teatral que já se tornou num evento anual marcante para a Cidade. Trata-se, efetivamente, de um Carnaval singular, com forte identidade e com um enorme potencial de visibilidade e promoção turística.