No passado
10 de junho, a nossa Aldeia do Bispo (Guarda) acolheu um momento verdadeiramente especial:
a Oficina de Bordados com Casca de Castanha, conduzida pela dedicada e talentosa
Adelaide Martins. Um encontro que uniu dois territórios –
Marvão e Aldeia do Bispo – num gesto de partilha, memória e identidade -
celebrou a memória, o encontro, e o orgulho nas nossas raízes - precisamente no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.


Bordar o Futuro com as Linhas do Passado
A formadora Adelaide Martins foi o coração desta oficina. Com uma entrega visivelmente apaixonada e uma forma generosa de ensinar, partilhou com todos os participantes um saber que carrega séculos de história.
Esta oficina foi muito mais do que uma aula. Foi um espaço de troca verdadeira. As gentes da Aldeia do Bispo, conhecedoras e apaixonadas pelas suas próprias tradições, também partilharam os seus saberes, os seus métodos, os seus pontos e truques de bordado, criando uma teia de aprendizagens mútuas onde todos ensinaram e todos aprenderam.
Cada gesto foi uma lição viva: sobre paciência, cuidado, e sobre como cada ponto bordado pode ser um tributo àqueles que vieram antes de nós. A sua presença fez desta oficina muito mais do que uma aprendizagem — tornou-se um momento de comunhão entre passado, presente e futuro.

🌰 A Arte dos Bordados com Casca de Castanha
Poucos conhecem esta arte tão única: os bordados com casca de castanha. Técnica ancestral, transmitida de geração em geração, faz parte de um património imaterial precioso. A casca, tratada com cuidado e paciência, é transformada em elemento decorativo que se une ao tecido, dando vida a padrões rústicos, elegantes e profundamente simbólicos.
É uma prática que nasce da ligação com a natureza e da criatividade das comunidades rurais, que souberam, com engenho, transformar materiais simples em peças de beleza intemporal.

Mais do que uma técnica, é um testemunho vivo da ligação entre o ser humano e a terra — da forma como se criava arte a partir do que havia à mão. Preservar este saber é, por isso, preservar a memória dos nossos antepassados e manter viva a nossa identidade coletiva.
🤝 Um Encontro de Territórios e Afetos
Este momento foi muito mais do que uma oficina. Foi um verdadeiro encontro de saberes, afetos e territórios. A troca entre Marvão e Aldeia do Bispo permitiu que diferentes experiências se cruzassem, mostrando que, apesar das distâncias, a cultura tem o poder de unir.
A todos os que participaram e tornaram esta experiência tão rica: o nosso profundo agradecimento. Um destaque especial para a Adelaide Martins, que partilhou connosco os seus saberes, alegria e o seu talento..
💬 Uma Tradição Viva
Dias assim são preciosos. São lembretes de que preservar as nossas tradições é garantir que a nossa identidade vive — forte, bela e partilhada. São também promessas de continuidade, porque enquanto houver mãos a bordar, haverá sempre histórias para contar.

Que esta oficina seja apenas o início de muitos outros encontros.
Porque a cultura vive de partilhas. E a nossa, quando cuidada com amor, tem muito para dar.

Comentários
Enviar um comentário