Ana Maria Gonçalves Fernandes Abrantes

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13 setembro de 1944
80 anos

Filha de Manuel Francisco e Maria do Nascimento, nasceu em Sernades de Santos-Evos, numa quinta do concelho de Viseu, onde viveu com os seus 5 irmãos até aos 13 anos e completou o ensino primário.


Com 13 anos foi viver para Lisboa com a sua madrinha de batismo, onde passou a sua juventude, e arranjou trabalho na TLP - Telefones de Lisboa e Porto até se casar com 18 anos.

Primeiro emprego com 14 anos, era telefonista onde esteve 5 anos até ir para Moçambique. Ainda em Portugal também cuidou nas horas vagas de 6 crianças filhas de um escritor.

O seu marido foi chamado a cumprir o serviço militar em Moçambique, tendo ficado por Lisboa. Terminado o serviço militar, Ana Maria foi ter com o seu marido em Moçambique, mas as coisas não correram bem e o divorcio aconteceu.

Em Moçambique arranjou emprego no escritório da fabrica Industrias Costa com 700 empregados, onde se produziam autocarros que por lá clamavam de (machimbombos).


Acabou por ficar por ficar em Lourenço Marques, onde frequentou a escola noturna até completar o quinto ano, enquanto trabalhava durante o dia. Foi aí que conheceu Alexandre Abrantes de Aldeia do Bispo, com quem viveu até 1976, data em que se deu a independência das colónias, e foram forçados a regressar a Portugal.

A sua vida mudou com a vinda para a Aldeia, mas rapidamente se integrou na comunidade, já que gostava muito das pessoas da terra, participou nas tarefas da paróquia, rezava o terço, fazia parte do grupo de leitores e também integrava o grupo da limpeza da igreja.

       

Construíram uma casa na Aldeia e tiveram um único filho. Com a sua casa em construção, e como tinha uma grande garagem, realizaram-se ali muitos bailaricos da Festa da Santa Cruz e muitos casamentos. Ainda se lembra do cantor Luis Filipe Reis, que ali juntava sempre muita gente.

Trabalhou muitos anos num gabinete de contabilidade, mas tinha 30 escritas por fora que fazia em casa, para além de tratar dos animais domésticos e ainda do cultivo das terras.

       

Anos mais tarde, esteve a explorar um café no Bairro das Lameirinhas na Guarda, enquanto o seu filho já casado e emigrado na Suíça, lhe trouxe para Portugal a sua neta Érica, que criou até andar na escola. Mais tarde voltou a ser avó de um rapaz que hoje já é um homem.

Ficou viúva em 2016 e acabou por ficar sozinha, apesar de seu filho a querer levar para a Suíça e mais tarde para Portimão onde vivem atualmente, mas ela sempre preferiu ficar na sua casa Aldeia do Bispo, onde se sente bem e quer continuar a viver até que possa, cuidando das suas galinhas e tratando da sua horta como ela gosta.

   
Com o avançar da idade e algumas limitações, poucas vezes saí de casa, passa os dias tranquilamente, ainda tem algumas galinhas e sempre que pode ainda cuida da horta.

Escrito por Dorindo Vaz, dezembro de 2024.

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