Esperança Maria Gil

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6 maio de 1934
90 anos

Filha de Joaquim Gil e Maria da Natividade, nasceu na Quinta do Teixal em Aldeia do Bispo, onde cresceu na companhia dos seus três irmãos e uma irmã.


Frequentou a escola primária até 4ª Classe e a sua juventude nas idas e vindas até a Aldeia do Bispo, não faltando à Festa da Santa Cruz e aos encontros de família.

Era na quinta que passava a maior parte do tempo, porque ali havia sempre muito trabalho. Ajudava a sua mãe nas lides de casa, a fazer o queijo artesanal e o almoço para pessoas que vinham para ali trabalhar etc.

     
Nesta quinta não faltava nada, para além do bom pão caseiro e queijo sempre na mesa, havia o presunto, a chouriça e o vinho.

Havia muitos castanheiros, oliveiras, cultivo de batatas, centeio etc.

Tinha uma eira própria para malhar o centeio, onde se juntava muita gente a ajudar, assim como nos dias da matança do porco. Familia muito religiosa e devota, não faltando nunca à missa de domingo, vinham a pé da quinta que dista cerca de 4 km da aldeia, por um caminho de terra batida, e só mudavam de calçado quando chegavam à entrada da aldeia, para se apresentarem sempre impecáveis na igreja.

Com o passar dos anos, foi vendo sair de casa os seus 3 irmãos para casarem e constituírem as suas famílias, mais tarde faleceram os seus pais já com idade avançada e Esperança e o seu irmão mais novo António, que optaram por ficarem solteiros, continuaram a sua vida na quinta que os viu nascer, ele sempre dedicado ao pastoreio das ovelhas e a tratar os campos e ela a produzir o queijo e tratar das lides da casa.

  

Até que o fatídico incêndio de agosto de 2003, lhes tirou o que mais gostavam, uma grande parte das suas vidas foi destruída naquele dia….. tudo o que tinham se se desmoronou e transformou em cinzas, só ficaram as pedras e as memórias! ..... Este infortúnio alterou radicalmente as suas vidas e vieram viver para Aldeia do Bispo, numa casa cedida pelas Cáritas.

Sem terras para tratar, sem ovelhas para apascentar, animais domésticos para cuidar, mas vida obrigou-os a erguerem-se e continuar a caminhada…


Sem uma quinta para cuidar, os dias tornaram-se maiores e restava mais tempo livre para se adaptar à nova vida na aldeia, agora mais perto da familia e da comunidade em geral.

Foi aí que a sua irmã Isilda a levou para o grupo de cantares da terra, onde ainda esteve algum tempo onde socializou e conviveu como nunca o teria feito.


Continuo a viver na companhia do seu irmão mais novo, até que a doença a empurrou para um hospital, e foi forçada a mudar-se para o Lar de Vale de Estrela. Pouco tempo depois o seu irmão acabou por ir fazer companhia à sua irmã, onde vivem os seus dias tranquilos na companhia de muitos utentes daquela instituição.

Escrito por Dorindo Vaz, dezembro de 2024.

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