Maria Amélia Ferreira

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15 janeiro de 1933
91 anos

Maria Amélia Ferreira, nasceu a 15 de Janeiro de 1933 na Quinta da Briolanja que pertence à aldeia de Alfarazes, freguesia da Sé, onde viveu com os seus pais e irmãos, dos quais 4 rapazes e 4 raparigas sendo ela a penúltima dos irmãos, estudou ate à 3ª classe. 


Fez da agricultura a sua vida quer enquanto estava com os seus pais, quer após o casamento no ano de 1956 com Fernando Batista, nascido a 24 de Janeiro de 1932 no Lugar do Cerdeiral. Desta união resultaram três filhos, dois rapazes e uma rapariga. Após o casamento foram viver para a “Quinta do Tavares”, onde iniciaram a sua vida financeira com uma vaca “fiada”, após algum tempo e com muito esforço, trabalho e dedicação expandiram a atividade agrícola. Foi ainda na “Quinta do Tavares” que nasceram os dois primeiros filhos, Tó e Cila. Posteriormente, o casal, mudou-se para a chamada “Quinta da Corte de Cavalo”.


No dia 11 de Novembro de 1961, dia de São Martinho, Maria Amélia e a família regressam à “ Quinta da Briolanja” após os seus pais se mudarem para a “Quinta dos Prados”. 

Em 1962 na quinta que viu Maria Amelia nascer, nasce também o seu filho mais novo conhecido por Tito.
A “Quinta da Briolanja” reflete anos de trabalho árduo em várias vertentes e reflete sobretudo o lugar onde cresceram os seus 3 filhos. Relembra Maria Amélia as semanas das ceifas do pão com ranchos compostos por 30 pessoas, “dias de malha” com 20 pessoas, a “tira das batatas” que duravam 2 a 3 semanas, relembra também os grandes rebanhos de ovelhas, a partir dos quais diariamente fazia queijo para consumo próprio e para venda, não esquecendo as manadas de vacas que tratava e o leite que transportava até Alfarazes com auxilio de uma burra, e entregava à senhora Mariana, na altura designada como” leiteira”, que vendia o leite de porta em porta nas ruas da cidade da Guarda.  

"Maria da Briolanja ou menina Maria", ainda hoje assim conhecida por muitos principalmente em Alfarazes, uma mulher destemida que em 1970 se propôs a fazer o exame da 4ª classe de modo a obter a carta de condução e, segundo se consta, terá sido uma das primeiras mulheres da cidade da Guarda, à época, a conduzir a sua Renault 4L. 


Em 1985, no mesmo ano que nasce a primeira neta, Maria Amélia e o seu marido mudam-se para a “Quinta do Noéme de Cima” na freguesia de Aldeia do Bispo onde ainda hoje vive Maria Amélia, ficando um dos seus filhos a assegurar a exploração da “Quinta da Briolanja”. 

Após a grande vitória que foi “ter a carta de condução”, Maria Amelia estava longe de imaginar que este triunfo lhe seria útil por motivos menos bons, pois realizou durante anos, de forma assídua, só ou acompanhada pela restante família, viagens entre a Guarda e Coimbra uma vez que o seu filho mais velho, apelidado por Tó, foi diagnosticado com uma Doença Renal. A sua força, coragem e determinação fez com que o acompanha-se até ao fim da sua vida, pois em 2002 sofre o que diz ser algo contra natura, o seu filho parte antes dela. Neste mesmo ano nasce o seu terceiro neto.

Desde 1985 que a “Quinta do Noéme de Cima” foi a casa onde os três netos, Nini, Mara e Tógu cresceram e foram criados por Maria Amélia e Fernando, sendo por eles designada como "Casa da Avó".


Uma mulher, mãe e avó sempre muito presente na vida de toda a família, aos seus 91 anos escolhe o segundo nome da sua primeira bisneta, Maria Vitória. 

Quase com 92 primaveras, Maria Amélia está numa fase mais debilitada, ainda assim mantem-se no aconchego do seu lar na “Quinta do Noéme de Cima” na Aldeia do Bispo rodeada dos que lhe são mais queridos e onde sempre foi e será o porto de abrigo para toda a família. 

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