Maria da Conceição Costa

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23 novembro de 1939
85 anos


Maria da Conceição Costa, nasceu na freguesia de Aldeia do Bispo, concelho da Guarda, a 23 de novembro de 1939, filha de José Gomes da Costa e de Maria Elisa Martins. Nasceu no seio de uma família numerosa, humilde, com poucos recursos económicos. Sendo ela a irmã mais velha, de nove irmãos, apenas foi possível frequentar a escola até à 3ª classe. Seus tempos de infância e juventude foram bastante árduos e difíceis: passaram por cuidar dos seus irmãos mais novos, fazer-lhes os seus vestuários, dado que era muito prendada a fazer costura e ajudava os pais, tanto nas lidas da casa, como nos trabalhos do campo, uma vez ser esta a única fonte de subsistência para a família. 


Casou a 30 de janeiro de 1965, com 26 anos, com um rapaz da terra de nome José Pires da Costa, taxista na cidade da Guarda, para onde foram viver. Dessa união brotaram 3 filhos. Os seus dias eram passados a criar os seus filhos, tratar das lidas domésticas, fazer costura, arranjos florais. Mais tarde, já na fase de adolescência dos filhos, foi Ama de 3 crianças; trabalhou numa residência de Estudantes; como ajudante de cozinha, onde esteve alguns anos. Posteriormente mesmo à porta de sua casa, trabalhou na Associação Augusto Gil - Guarda, como cozinheira, onde se reformou. 


O ano de 2001, foi um marco importante na sua vida, pois o marido vendeu o táxis, e a maior parte do tempo era passado na casa da Aldeia, ajudava o marido no cultivo das hortas e fazia a lida da casa, nos seus tempos livres e como tinha veia poética, começou por escrever memórias da sua vida em verso, tudo não passava de uma distração, para ler com a família. Tornou-se tudo mais sério, quando lhe foi proposto pela Câmara Municipal da Guarda e Pró-Raia, participar numa iniciativa da Coleção de Edição de Cadernos “O Fio da Memória”, tendo a sua participação ocupado o Cadernos nº 40, com o título de “ABC de Memórias, de Maria da Conceição Costa”, em setembro de 2005.


Sempre alegre e bem disposta, não podia ficar indiferente ao convite feito pelo então Presidente da Direção do Centro Cultural e Desportivo de Aldeia do Bispo, que fundou por volta do ano a 1997 e coordenava o Grupo de cantares “Camponeses de Aldeia do Bispo” – Dorindo Vaz, que com os outos 27 elementos faziam parte deste grupo. Eram já muitos os convites, muitas saídas, não só para as freguesias do concelho como de Norte a Sul de Portugal, participando em exposições, feiras, festas, festivais de cultura popular… para divulgarem as tradições musicais da nossa terra. Chegaram mesmo a gravar um CD. Foram muitos momentos vividos intensamente, com muita alegria, amizade e partilha, entre todos, que recorda com muitas saudades.


Também convidada pela Junta de Freguesia de Aldeia do Bispo, durante três anos consecutivos ou seja em 2021, 2022 e 2023, representou a freguesia, juntamente com outros residentes, na” Feira Farta”, Iniciativa da Câmara Municipal da Guarda realizada no mês de setembro, na cidade da Guarda, cujo o objetivo é mostrar o que de melhor se produz nas terras do concelho, onde são chamadas a participar todas as 43 freguesias do concelho de Guarda, cada uma delas a divulgarem, fomentarem e valorizarem os produtos endógenos existentes nesses locais.


Hoje em Aldeia do Bispo, possui um espaço designado por “Casa dos SantinhosAdornados”, onde podemos ver uma grande variedade de santinhos adornados; objetos de arte sacra (registos) recriados por si, com materiais naturais e reciclados; também tapetões de parede feitos com restos de tecidos; a renda e o tricô também presente em diversos trabalhos, local bastante visitado e muito apreciado.


Mulher muito trabalhadora, habilidosa, deu sempre muito de si aos outros... 

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